19 junho, 2007

até dois

Estou vendo que tudo é feito para ser aproveitado ao par. Na verdade, não temos a capacidade de distingüir mais do que dois: zero, um, dois e muitos são as nossas palavras. Por isso todos os dualismos, por isso toda a lógica aristotélica, por isso tudo que existe, e essa frase teve muitas vírgulas.
Ninguém sabe trabalhar com mais do que dois. Ou é ou é a negação, mais do que isso não se pode penetrar. Infurável. Tudo é no máximo dois. Ninguém sabe ainda sobre certas variedades que são de três. Até dois, há o domínio e o conhecimento. E depois disso, somente a penumbra.
Agora, voltando ao início: os objetos são feitos para serem aproveitados por casais porque casais não são uma unidade. Eles não sabem pensar juntos, e portanto não sabem poupar, por isso caem nas "armadilhas de amor" impostas pelos burgueses ("hambúrguer"... tem a ver?). E na ânsia de poder aproveitar todo esse mundo feito para os casais (para dois! para três seria muito complicado) muitas pessoas buscam uma pessoa para ser seu par. Quando ela perceber toda essa trama inventada, souber que é possível, sim, ter filhos sozinho (só que não muitos), que todas essas comodidades na verdade são necessidades que se criam e portanto são supérfluas, (quando perceber [esse é o ruim das sentenças longas]) já estará tão envolvido pelos costumes que não poderá se libertar. Assim como outros vícios quaisquer.
Mas mesmo assim as pessoas caem no truque do par.

Um comentário:

Thai disse...

O meu comentário seria sincero. Mas removível. Então, comentar não irei. E no mais, menos.