23 julho, 2007

do pouco que é necessário.

Para ser feliz se precisa de roupas sempre novas, cabelos sempre lisos, unhas sempre pintadas e lixadas (mesmo que não limpas...), calçados sempre caros, carros sempre com o volume do som alto, casas sempre enormes, rostos sempre sorridentes, corpos sempre esguios, comidas sempre prontas, televisões sempre ligadas, dentes sempre brancos, luz sempre elétrica.

Para ser feliz não se precisa de livros, nem de gestos sinceros, nem de caminhadas pelo bosque, nem de abraços apertados, nem de cheiro de gente, nem de músicas antigas, nem de sonhos idealizados, nem de chuva, nem de sol, nem de corpos estendidos por um lugar qualquer, nem de corpos que se tocam, nem de mãos que escrevem, nem de olhos que enxergam, nem de bibliotecas, nem de frutas sempre coloridas, nem de longas conversas, nem de respiração acelerada, nem de lágrimas silenciosas, nem de patas marcando o chão, nem de macacos nas árvores próximas, nem de roupas sempre riscadas, nem de desejos conservados, nem de sentimentos quase que imperceptíveis, nem de sentimentos descarados.

Realmente, acho que certas pessoas nunca serão felizes.

Um comentário:

Fischer disse...

A Thai sempre diz mais do que eu. Ou ao menos consigo entendê-la melhor do que os meus confusos posts.
(Mentira, não é sempre.)