24 julho, 2007

divisões desnecessárias

Não entendo porque alguém defenderia que há um id, um ego e um superego (claro, supondo que os motivos para defesa fossem lógicos e não estratégicos). Se às vezes agimos de uma forma, e às vezes de outra, não quer dizer que encorpamos outros seres (mesmo que sejam estritamente ligados a nós). A não ser que admitimos, então, em vez da discrição de uma tripartição (talvez haja um nome melhor, talvez tricotomia, mas não sei direito sobre o assunto para afirmar), que somos um a cada momento, mas como essa frase tem sujeito (e que pode ser singular), então há uma unidade que prossegue no tempo (pelo menos é para isso que damos os nomes depois de as coisas acontecerem... ninguém apresenta características comuns [ou melhor, comumente usadas ou admitidas, um consenso, talvez] de felicidade simplesmente por se chamar "Feliz"). Então, bobagens todas essas coisas.
Não convencido? Que tal dizer que eu tenho um igue, um gelo e um supergelo? O igue é quando compro alguma coisa, o gelo é quando observo mas não compro e o supergelo é quando evito (pelo objeto não me atrair). E aí sou três, né? Psicologicamente corretamente psicanalítico.
(Isso sem contar os patinadores que atiraram ouro nos ovos sulamericanos.)

3 comentários:

Geverson B. Rodrigues disse...

O comentário foi ótimo, ás vezes, irônico, é sempre bom saber que alguém lê o que escrevemos. Adoro o livro do Caio, e o nome carrega intrinseco(morangos mofados e da música campos de morangos) uma força poética forte. O acaso, destino ou qualquer outra coisa cujo nome soaria artificial nos visita, de vez em quando, e isso, sim , acredito eu, muda nossa vida. Abraços e irei visitar seu blog agora.

Thai disse...

Já foi moda "medir" o QI (esquecido, um pouco, com a "Teoria das Inteligências Múltiplas [do Howard Gardner]"). Mais tarde surgiu o QE, e foi moda, também, discutir (ou fingir que se sabia alguma coisa [como se realmente houvesse algo a se saber])sobre ele. Agora, eis que nos contempla o IQ (Inteligêngia quântica). Segundo alguns, essa última pode revolucionar o pensamento humano, em vista de que é tida como a "inteligência das infinitas possibilidades (nada mais normal, sendo que é isso que a própria física quântica "defende"). Sim, ela pode ser interessante até, mas não passa de um termo. Não passa de duas meras palavras juntas e que querem designar algo que, sejamos realistas, é complicadíssimo de designar. Como saber quem é mais inteligente? Ou melhor, o que é, realmente, a inteligência? Parar com definições (me diga: para que generalizar, para que tentar definir todas as coisas? Elas são o que são, independente da forma que as chamamos), isso seria (quem sabe) o melhor a se fazer.

Geverson B. Rodrigues disse...

Eu sei!