06 agosto, 2007

das coisas que viram moda.

O que era novidade se torna comum. Sim, uma coisa natural de se acontecer. Mas certas coisas sérias se tornam comuns de uma forma um pouco rápida demais. Um ótimo exemplo disto é a "Física Quântica". Quanto se ouve falar dela agora, não é mesmo? Claro, todos falam. Mas, quem realmente sabe o passo grande (ou não) que ela significa para a ciência? Poucos, pouquíssimos, quase ninguém. Virou moda "conversar" sobre física quântica. Não que isso não tenha que ser feito, não é isso. Mas o que é mais perigoso: falar sem saber (e assim, quem sabe, passar uma idéia errônea do assunto discutido) ou não falar?
E a assim são as coisas. Elas viram moda. Assim foi com as declarações de "amor" cotidianas (e falsas) propiciadas pela solidão da internet, assim foi (e está sendo, ainda) com o "aquecimento global", assim foi com aquela novela mexicana. E depois que se tornam triviais perdem a graça, não se sente mais um prazer em falar nelas. Porque todos sabem, porque todos fingem saber. É comum, é mecânico, é quase "antinatural". É falso, quem sabe.
A vida virar moda, coisa triste de acontecer.

Um comentário:

Fischer disse...

Acho que qualquer um adquiriu o direito de falar qualquer coisa sobre qualquer coisa.
(Eu falo, até, que Chiquititas não era tão ruim assim!)
Lembremos que falar é moda, escrever é moda, e opinar é quase obrigação. A postura de ignorância deve ser totalmente escondida, a menos que você queira ser tratado como um ignorante. Mas a maioria das pessoas sabe muito pouco de quase todos os assuntos dos quais falam (quem sabe falar na física quântica? Bem capaz que nunca tenhas ouvido a voz de alguém que saiba [a menos que estavas vidrada no que o maravilhoso astronauta brasileiro falava]).
Sobre o darwinismo, Jacques Monod parece que emitiu a seguinte frase: "Outro aspecto curioso sobre a teoria da evolução é que todos pensam que a entendem!". Uma frase bem crítica!
Ainda não sei o que podemos fazer. Só acho que não podemos parar de aprender sobre algumas coisas se quisermos saber e falar sobre elas (claro, ninguém é obrigado a saber tudo, nem um pouco de tudo) e tentar se omitir sobre as outras das quais não temos um entendimento que nos permita compreender uma simplificação (o ato de fazê-la). E só porque se sabe não se precisa falar, mas sabendo, bem (questão complicada aqui), acho que não se faz muito mal em não esconder o seu conhecimento de quem é interessado. Então, pode-se escrever alguma coisa na internet para tentar ajudar as outras pessoas a também aprenderem o que você sabe.
(Confuso, contraditório?)