11 agosto, 2007

sobre a "enturmação"

Yeda afirma que "segundo as estatísticas, e em turmas muito pequenas o nível de aprovação é muito alto e, em turmas maiores, sobem os índices de aprovações".

Primeiro: isso não vale. Não diz a separação do que são turmas pequenas e turmas maiores. Porque se as turmas maiores forem as semelhantes às atuais (ao menos do que se conhece) então o que ela falou não tem sentido (quer dizer, tem, mas não implica no que ela prentende fazer). Ainda mais dizendo que as turmas pretendidas não ocorrem, então se estaria saindo do nível ideal (mas isso é mais a nível de especulação... também não vale). E ela não cita daonde vem essa estatística, então ela não deve ser confiável. (Aliás, as estatísticas não são confiáveis. Não pelo processo, mas sim pelo conceito.) E então, menos confiável para se tomar uma medida dessas.
Curioso (bom, talvez não devesse ser levando em consideração outros aspectos) que para o governo o que importam são os índices de aprovação. Acho (o que tem pouquíssima importância, já que para um estudante de Ensino Fundamental ou Médio [onde as notas não costumam ficar para a posterioridade] o julgamento pode ser outro) que o que mais importa é o que se leva, e não se levar. Pouco adianta mais alunos passarem mas eles estarem pior preparados para lidar com a vida (nem precisamos dizer "o trabalho" aqui). Independente das aprovações (que acho que vão decair pelo que será escrito logo em seguida), o amontoamento (prefiro-a porque essa palavra já tem um sentido mais visual) de alunos vai prejudicar consideravelmente (pra não soltar um "pacaraio") a aprendizagem (bom, isso acho que todo mundo sabe). A menos que estatísticas digam o contrário, mas não é o caso, tanto que não são recomendadas turmas com muitos alunos (pelo Ministério da Educação brasileiro; não sei como é nas outras culturas).

Mais uma com números: se querem botar de 35 a 50 alunos por turma no Ensino Médio, então por que aparecem pessoas ligadas ao governo para dizer que não haverá turmas com 50 alunos? Acho que a explicação é a memória curta das pessoas que preferem se satisfazer com uma afirmação e logo esquecem (nesse caso, vale tanto para estudantes como não-estudantes).

Talvez se fossem ainda mudanças mínimas nas turmas (como acontece quando uma pessoa vai entrar, em qualquer instante do ano), seria admissível. Só que cidades pequenas não têm condições de ter muitos alunos para diminuir uma turma sem aumentar muito as outras (acho que não está confuso). Dependendo a cidade, pode haver aumentos consideráveis na quantidade de alunos por turma (até três para dois, ou até dois para um, se bobear, em municípios menores). A atitude do governo (para não repetir que a governadora isso ou aquilo) foi inconseqüente. Afirmam ao mesmo tempo que não mexeram nas turmas iniciais e que das 53035 atuais (em escolas estaduais) serão retiradas 2390. Talvez dessas não mais que dois quintos serão alteradas; mas como algumas escolas (e devem ser muitas) só têm uma turma por série e portanto não se pode reduzir o número, a redução acabará caindo pesado em cidades de tamanho intermediário (isso poderia ser definido melhor).

Fonte, quando preciso:
Site do Governo do Estado do Rio Grande do Sul
www.rs.gov.br/master.php?capa=1&int=noticia&notid=60086&menu=13&submenu=&vg=&vac=

Nenhum comentário: